miércoles, 9 de junio de 2010

Ricardo Reis (Fernando Pessoa) - Não só vinho, mas nele o olvido, deito

Ricardo Reis - Não só vinho, mas nele o olvido, deito

No sólo vino, mas con él el olvido, vierto
en la copa: seré feliz, porque la dicha
es ignara. ¿Quién, recordando
o previendo, sonreiría?
De los brutos, no la vida, sino el alma
consigamos, pensando, recogidos
en el impalpable destino
que no espera ni recuerda.
Con mano mortal elevo a mortal boca
en frágil copa el pasajero vino,
los ojos sin brillo, hechos
Para dejar de ver.

Não só vinho, mas nele o olvido, deito
Na taça: serei ledo, porque a dita
É ignara. Quem, lembrando
Ou prevendo, sorrira?
Dos brutos, não a vida, senão a alma,
Consigamos, pensando; recolhidos
No impalpável destino
Que não espera nem lembra.
Com mão mortal elevo à mortal boca
Em frágil taça o passageiro vinho,
Baços os olhos feitos
Para deixar de ver.

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